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Ep 8 – Super Gigantes vermelhas

As super gigantes vermelhas são um dos estágios mais impressionantes da vida estelar, representando estrelas com dimensões espetaculares, brilhos intensos e um destino catastrófico. Essas estrelas marcam o último estágio de evolução de astros com massa muito elevada (geralmente acima de 8–10 massas solares) e antecedem um dos eventos mais explosivos do universo.

mapa temporal
Representação de nosso mapa temporal de ciclo de vida estelar.

Vamos começar com a mais famosa, Betelgeuse é uma supergigante vermelha localizada na constelação de Órion, têm uma massa estimada entre 10 a 20 vezes a massa de nosso Sol e está a cerca de 640 anos-luz da Terra. É uma das estrelas mais brilhantes do céu noturno e, neste momento , está em uma fase extremamente instável. Vamos falar o que são Super gigantes vermelhas e então voltaremos a abordar curiosidades de Betelgeuse.

betelgeuse
The red supergiant star Betelgeuse (center) is surrounded by a clumpy envelope of material in its immediate vicinity in this view from the Herschel Space Observatory. Credit: ESA/Herschel/PACS/L. Decin et al. ( nasa.gov 22/01/2013.)

Super gigantes

As super gigantes vermelhas são estrelas massivas em uma fase avançada da sua evolução. Representam um dos estágios finais de vida de estrelas muito mais massivas que o Sol, com massas iniciais que geralmente variam entre 10 e 40 vezes a massa solar. Sua estrutura, comportamento e destino , diferem fortemente das estrelas de massa menor, como o nosso Sol. Como dito em nosso post anterior – Ep 6 – Estrelas gigantes -, estrelas dessa magnitude vivem muito menos que ele por exemplo.

Como o combustível nuclear é consumido rapidamente devido à intensa pressão e temperatura no núcleo, as estrelas gigantes, comumente conhecidas como estrelas azuis, têm um tempo de vida estimado entre 5 a 20 milhões de anos, enquanto que estrelas com a massa próxima ao nosso Sol, têm um tempo de vida estimado em ≈ 10 bilhões de anos. Conforme a estrela chega próxima do fim da queima do hidrogênio em hélio, acontece todo o processo dito anteriormente onde a estrela se expande enquanto seu núcleo se aquece, e assim a estrela obtém um aspecto alaranjado enquanto suas camadas exteriores sem expandem, dessa maneira as super gigantes vermelhas passam por uma sequência de fusões nucleares de elementos progressivamente mais pesados.

A fusão ocorre em camadas, como as cascas de uma cebola, com o elemento mais pesado no centro. A sequência típica de fusão em supergigantes vermelhas é a seguinte:

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Tabela de elementos produzidos em uma supergigante vermelha em seus estágios finais!

Quando a estrela passa a fundir silício em ferro, ela não pode mais manter o equilíbrio contra a gravidade. O núcleo colapsa de forma quase instantânea (em segundos), desencadeando uma supernova tipo II — uma das explosões mais energéticas do universo. (Acompanhe o post sobre tipos de Supernova). Ou seja, para fundir ferro em outros materiais a estrela passa a gastar energia ao invés de gerar, como fazia anteriormente.

O fim de um objeto extremamente massivo

Dá pra imaginar que o fim de uma forja desta magnitude será algo impactante, e existem registros de astrônomos que, ao observarem o fim dessas gigantes, pensavam que uma nova estrela deve ter nascido naquele ponto devido a intensa luminosidade. Betelgeuse por exemplo, como uma estrela muito massiva, certamente terminará sua vida em uma supernova do tipo II, também chamada de supernova de colapso do núcleo, que é este caso em que a queima de combustível não pode ser mantido. Devido a intensas variações na luminosidade e registro de expulsão de matéria por ventos estelares em Betelgeuse, estima-se que ela esteja próxima de se tornar uma Supernova, porém, isso pode levar de segundos a até milhares de anos pra acontecer, então é uma bomba relógio que a comunidade científica acompanha para que, com muita sorte, possamos detectar e obter um registro tão claro de um supernova.

” Ok, mas então a estrela fica gigantesca daí com o tempo ela não consegue mais fundir os elementos, e aí ela colapsa em uma supernova ? Então ela explode ? “

Sim, ocorre uma contração muito rápida de toda a estrela, toda a matéria tudo que constituía a estrela, contrai até seu núcleo, porém não são as forças nucleares que expulsam a matéria, na verdade, o colapso do núcleo para abruptamente quando a densidade atinge um limite crítico (similar ao de uma estrela de nêutrons), porém a matéria das camadas externas continua caindo com altíssima velocidade e quando essa matéria bate no núcleo “rígido” recém-formado, ela sofre um rebote (core bounce ) e isso gera uma onda de choque extremamente forte.

No colapso, há produção intensa de neutrinos (partículas subatômicas de altíssima energia) e essas partículas, que normalmente passam direto por matéria, aqui interagem com as camadas estelares densas, aquecendo e energizando a onda de choque, ou seja, a energia dos neutrinos ajuda a reviver a onda de choque que, sozinha, não teria força suficiente para explodir a estrela. Dessa maneira a estrela explode como uma supernova tipo II, ejetando suas camadas externas ao espaço em alta velocidade.

Ok, mas acho que já falei demais sobre o que são supernovas, se você quiser mais detalhes e curiosidades, é só acompanhar nossos próximos posts!

Diversos destes conceitos são abordados em livros como The Mysterious Universe e Physics and Philosophy , de James Jeans, e também Astrofísica para apressados, de Neil deGrasse Tyson .

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